Caco Barcellos fala sobre jornalismo investigativo no encerramento da Bienal do Livro de Guarulhos

No início da noite deste domingo, 9, o jornalista e escritor Caco Barcellos lotou e encerrou com brilhantismo o último dia da Bienal do Livro de Guarulhos “Páginas que Conectam”. O âncora do programa Profissão Repórter, da Rede Globo, ministrou a palestra “Casos reais sobre questões da atualidade”, na qual falou sobre as particularidades da profissão do jornalista, contando seu percurso como repórter.

Durante a palestra, Caco contou um pouco da sua trajetória profissional e como tomou determinadas decisões para fazer matérias investigativas. “Eu estou sempre, de alguma maneira, iluminando áreas que me parecem escuras, ou com pouca visibilidade. Esse é o papel do repórter. Desde o meu primeiro dia de trabalho como jornalista, eu nunca sai da rua, estou sempre no “front”. O jornalista ainda disse que o repórter tem por dever de ofício circular por todas as áreas, mas principalmente em meio às pessoas comuns.

Foto: Sidnei Barros

Conhecido pelo trabalho de mais de 30 anos na televisão em programas como Globo Repórter, Fantástico e Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, Caco Barcellos se especializou em jornalismo investigativo, documentários e matérias sobre injustiça social e violência. Já atuou como repórter em grandes jornais brasileiros e em revistas como IstoÉ e Veja, foi correspondente internacional em Nova Iorque e em Londres, apresentou durante seis anos um programa semanal na Globo News e escreveu livros como o “Rota 66”, “Abusado” e “Nicarágua: a Revolução das Crianças”. Caco contou ainda que já cobriu mais de trinta guerras.

O Jornalista também falou sobre como tudo é decidido nas pautas para o programa Profissão Repórter, apuração de fontes e mídias sociais.  “No Profissão Repórter, que envolve muitos jovens chegando ao mercado de trabalho, a gente debate muito no coletivo, além disso, falamos muito sobre a importância das redes sociais. Hoje, elas são fundamentais para o nosso trabalho, mas há algumas armadilhas também. Costumo chamar a atenção para o seguinte: o que está na rede social já foi feito. Alguém já escreveu. É legal a gente saber disso, mas a verdade está na rua”, afirma o jornalista.

Foto: Sidnei Barros

Ainda com relação ao Profissão Repórter, Caco enfatizou o modo como o programa se consolidou no contexto de transformação do jornalismo investigativo, pautado na cobertura de temas que antes tinham pouca ou nenhuma visibilidade: “Há inúmeros casos marcantes, que me fizeram ter certeza de que a função social do jornalismo é olhar para as fragilidades da sociedade, daquela grande maioria que não disfruta de segurança a contento, que sofre nas regiões periféricas e em locais onde a violência impera”, observa.

Além disso, toda a palestra foi acessível, traduzida em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), pelas intérpretes Regina Fernandes e Danny Lima.