Ilana Casoy fala sobre o universo da criminalidade na Bienal do Livro

A especialista em criminologia e escritora Ilana Casoy foi um dos destaques da tarde deste sábado, 8, na Bienal do Livro de Guarulhos “Páginas que Conectam”. Durante bate-papo que envolveu o público no universo da criminalidade em série, nos bastidores dos grandes casos criminais e de alguns de seus livros publicados, a autora observou o grande interesse que as pessoas têm sobre a temática em entender o enigma da violência, da capacidade de cometer crimes e como isso pode acontecer na vida de pessoas aparentemente inofensivas.

Foto: Márcio Lino

Ilana conta que começou a escrever desde cedo. Uma de suas primeiras memórias, aos 3 anos, foi o assassinato do presidente americano John F. Kennedy e diz que ali surgiu uma escritora em potencial. A autora explicou que escrever exige disciplina e que tem guardado lembranças de suas professoras, fundamentais por sua imersão no mundo dos livros e da literatura.

Crimes passionais, homicídios sem solução, assassinatos a sangue frio. Sua formação em Administração pela FGV e especialização em Criminologia pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais permite que ela transite em inúmeras áreas em meio à criminologia, como a Filosofia, a Sociologia, a Psicologia e a História.

Foto: Marcio Lino

“Por ser mulher, não jurista e não advogada, sou considerada uma minoria dentro da criminologia, mas é justamente isso que me permite olhar para os casos sob outros pontos de vista e observar detalhes que antes passariam despercebidos”, observou Ilana.

Sobre o perfil do serial killer, Ilana explicou que serial killer é uma definição de comportamento criminoso e não de mente humana: “Temos um indivíduo que mata mais de duas pessoas com um ritual, com intervalo de tempo, sem conhecer suas vítimas na maioria dos casos. Não se deve confundir, portanto, com o comportamento psíquico, de ordem mental, como o esquizofrênico, paranoico ou psicótico. Ser um serial killer é um comportamento definido, como ser estelionatário, homicida ou bandido”, pontuou.

Com relação a crimes raríssimos, com questões complicadas, sempre achou que se entendesse dos casos extremos da criminologia, poderia compreender com facilidade crimes mais comuns. “O caso que estou cuidando no momento é, para mim, o caso mais marcante, na verdade, todos os casos nos deixam envolvidos, não é possível classificar ou dizer qual é melhor ou qual é o pior, no crime, não há ganhadores, uma condenação não faz a vítima voltar à vida, é um mundo de muita dor”.

Atualmente, Ilana Casoy está gravando uma série para o canal AXN, que se chama “Questão de justiça”, com casos diferentes daqueles conhecidos pela maioria das pessoas e que promete ser um grande sucesso.

Se você é jovem ainda; um dia velho será

Foto: Marcio Lino

“Adulta sim, madura nem sempre – Fraldas, boletos e pouco colágeno” é o nome do livro da escritora e roteirista Camila Fremder, obra na qual a autora trata com bastante desprendimento e graça de momentos de transição para diferentes fases da vida, sobretudo da adolescência para a vida adulta.

“Eu passei a me ver diferente quando engravidei, e a partir daí, diante dessa enorme responsabilidade, comecei a escrever textos sobre isso e quando reparei, havia juntado rico material sobre a vida adulta, de muitas fases, de quando fui morar sozinha, de quando eu me casei, quando as contas começaram a surgir e tudo isso se transformou no livro”.

Camila confessa que foi uma criança que sempre gostou de ler, a leitura sempre a levou para lugares que nunca teve coragem de ir. Diante do desafio de encarar a vida adulta, Camila problematiza aspectos como maturidade e mais e mais responsabilidades, e comemora o fato e tudo dar certo.

Princípios da abordagem Pikler

Foto: Marcio Lino

A educação de crianças em idade de creche, de 0 a 3 anos, foi o foco da palestra com o professor Wellington Domingos Pereira da Silva durante palestra sobre o tema: “Educar de 0 a 3 anos. Inspirações da Abordagem Pikler”.

Durante o encontro, Wellington tratou ainda dos quatro princípios que regem a teoria Pikler: valorização positiva da atividade autônoma da criança, valor das relações pessoais, imagem positiva de si mesma e saúde física da criança.

O encontro, que recebeu educadores e interessados em temas ligados à primeira infância, teve como objetivos mostrar a potência dos bebês e contribuir de maneira propositiva para uma prática pedagógica que os valoriza enquanto seres plenos. Nesse contexto, Wellington aborda as contribuições da pediatra austríaca Emmi Pikler, segundo a qual crianças que chegam a resultados esperados por iniciativa própria adquirem conhecimentos de outra natureza, diferentes daquelas que recebem soluções elaboradas.